Economia criativa debatida em conferência
A Conferência "O Potencial da
Economia Criativa" juntou na passada sexta-feira mais de uma
centena de pessoas na Sé-Catedral de Idanha-a-Velha, aldeia
histórica onde está projetada uma Incubadora de Indústrias
Criativas.
O evento foi organizado pela Câmara
Municipal de Idanha-a-Nova em parceria com o Jornal do Fundão e
debateu vários temas ligados à cultura e às indústrias criativas
associadas.
O presidente da autarquia, Armindo Jacinto, e o
diretor do órgão de comunicação social, Vasco Pinto Leite,
defenderam, na sessão de abertura, a pertinência da realização em
Idanha-a-Velha de um evento sobre economia criativa.
"É uma temática que supostamente
não é muito natural num concelho com baixa densidade populacional,
mas o mundo rural em Portugal tem de ser um espaço de oportunidade,
um espaço diferenciador e um espaço de notoriedade", sintetizou
Armindo Jacinto.
O primeiro painel, intitulado "O
valor do empreendedorismo cultural", arrancou com uma comunicação
de Augusto Mateus. O economista e professor catedrático afirmou que
o desenvolvimento do mundo rural "depende da sua capacidade de
criar riqueza e emprego", frisando que o "essencial da economia
criativa é produzir bens e serviços diferenciados".
Este painel contou ainda com
intervenções do presidente da Comissão de Coordenação da Região
Centro, Pedro Saraiva, e de Paulo Alves, gestor do eixo das
indústrias criativas da Fundação de Serralves. O primeiro enquadrou
as indústrias criativas na estratégia de Competitividade
Responsável, Estruturante e Resiliente (CRER) 2020, enquanto o
segundo explanou a estratégia de sucesso desenvolvida na
InSerralves, a incubadora de indústrias criativas da fundação
sediada no Porto.
Os trabalhos prosseguiram com uma
mesa-redonda que reuniu alguns dos empreendedores culturais que
atuam no concelho de Idanha-a-Nova.
Da música ao teatro e às artes
visais, marcaram presença a Good Mood, empresa organizadora do Boom
Festival; a Companhia de Teatro Viv'Arte; o Concerto Ibérico
Orquestra Barroca; a Escola Superior de Artes Aplicadas do
Instituto Politécnico de Castelo Branco; a Silva Designers; a
arquiteta e investigadora Cristina Rodrigues da Universidade de
Manchester; e o diretor da Academia Internacional de Cenografia,
José Manuel Castanheira.
A jornada foi moderada por Carlos
Laranjo Medeiros, presidente da IPI Consulting Network e presidente
da Comissão de Coordenação da Candidatura de Idanha-a-Nova à Rede
das Cidades Criativas da UNESCO.
Esta rede é atualmente composta por
41 cidades, apenas 7 na área da música, vertente a que o Município
de Idanha-a-Nova prepara a candidatura. Para Carlos Laranjo
Medeiros, nestas cidades - maiores em dimensão - o peso das artes
criativas e nomeadamente da música "não é comparável em percentagem
à realidade de Idanha-a-Nova no que concerne o envolvimento da
população, a criação de orgulho, o número de empresas e de
manifestações".