A história apresenta-nos Segura
como uma fortaleza de fronteira.
É a partir da ponte, em direcção à
fronteira, que Segura ganha a sua verdadeira expressão,
definindo-se como a guarda de uma passagem, vocação perceptível
pela sua implantação geográfica.
A importância da passagem sobre o
rio Erges, que a ponte de alicerces romanos testemunha, terá sido
determinante na sua evolução ao longo do tempo.
A porta de baixo, que nos conduz
directamente ao largo do pelourinho, é o derradeiro vestígio desta
última configuração defensiva. A pouca distância encontra-se o
edifício da antiga câmara, hoje junta de freguesia, cuja fachada
ostenta um brasão real de desenho barroco.
O casario discreto, quase sempre
branco e com grades de ferro forjado a pontuar varandas e janelas,
revela velhas afinidades com o lado espanhol.
A Igreja Matriz é um templo antigo
cujas intervenções recentes mantêm elementos do programa
construtivo do século XVIII. Daqui abarca-se a mancha urbana de
Segura, definida entre dois cabeços, o da rua do outeiro e o do
castelo, mais alto e distante, local de implantação da fortaleza de
raiz medieval que Duarte d' Armas desenhou.
Na extremidade oposta da aldeia
encontramos a Igreja da Misericórdia, que se sabe existir desde o
início do século XVII, notável pelo seu pórtico e campanário, sendo
um espaço privilegiado no contexto das celebrações do Ciclo Pascal
na aldeia.
A Rua das Portas de Cima, topónimo
da fortaleza, apresenta um conjunto de casas bem preservadas onde
se destacam ferros forjados e marcas mágico-religiosas nas
cantarias, detalhe revelador de uma matriz judaica.
Nas imediações, a ermida de Santa
Marinha é local de romaria onde afluem peregrinos oito dias após a
Páscoa.
O PR4 Rota das Minas é um dos
percursos pedestres estruturado em torno de Segura. Chumbo, estanho
e volfrâmio são alguns dos minerais extraídos até meados do século
passado, que as ruínas da fábrica ou Lavaria, nas imediações do
ribeiro da calçada, são um testemunho da importância detida por
esta actividade económica.
Velhos caminhos conduzem-nos ao rio
Erges e aos paredões maciços dos açudes, que unem moinhos e
margens, área protegida do Parque do Tejo Internacional. É entre
duas unidades moageiras, a Azenha do Roque e o moinho das Freiras,
que o Erges corre num desfiladeiro, as fragas, configurando um dos
motivos de maior interesse paisagístico e geológico da
região.