Ícone turístico da região,
a Aldeia Histórica
Monsanto é uma experiência peculiar para quem a
visita.
Concederam-lhe foral D. Afonso
Henriques, D. Sancho I, D. Sancho II e D. Manuel.
A parte mais antiga está no ponto
mais alto, onde os Templários construíram uma cerca com
uma torre de menagem. A esta estrutura é mais tarde adicionada
uma outra, ritmada por torres, com dois recintos desnivelados. O
primeiro inclui uma cisterna e a Igreja de Santa Maria. Na
parte baixa, rasga-se a porta principal da cerca. Fora de muros, o
povoado primitivo em torno da Capela de S. Miguel, pequeno
tesouro da arquitectura românica, é defendido por uma cerca baixa.
Sobranceira ao aglomerado, hoje em ruínas, ergue-se a Torre do
Pião.
A procissão da festa de Maio,
da Divina Santa Cruz, ascende ao castelo como lugar simbólico,
num sentido contrário ao processo histórico de ocupação, que se foi
transferindo para cotas mais baixas.
No baluarte, ponto de chegada e de
partida à aventura, acede-se à aldeia que aqui se instalou
progressivamente a partir do século XV. A partir deste ponto surgem
múltiplas possibilidades: nas imediações a Igreja Matriz; na
subida em direcção ao castelo o velho forno da aldeia; pelo
encruzilhado das ruas as capelas do Espírito Santo e
de Santo António, junto de duas das velhas portas fortificadas
das quais retiram o nome; a torre sineira ou de Lucano encimada
pelo galo de prata, imagem de marca da portugalidade; as fontes; as
casas senhoriais com os seus brasões, entre os quais os Condes
de Monsanto (1460), mais tarde elevados a Marqueses de
Cascais.
Na infinidade de ruelas e veredas
povoadas de casas, palheiros e furdas, representantes de uma
arquitectura popular implantada ao sabor do relevo. A utilização do
granito nas construções confere ao conjunto uma grande uniformidade
entre o natural e o edificado. Este equilíbrio é, ainda, mais
evidente quando os acidentes graníticos dão origem a curiosas
utilizações de grutas e penedos integralmente convertidos em peças
de construção.
No sopé do monte há motivos de
interesse a não esquecer. No lado poente, a Capela de São
Pedro de Vir-a-Corça, eremitério que teve feira em tempos
medievais; a norte, junto à Relva, o extenso arvoredo
da Quinta do Burrinho guarda o último souto da região,
junto a um extenso parque repleto de espécies exóticas; em direcção
a Levante e a Penha Garcia, situa-se a Ermida de
Nossa Senhora da Azenha, lugar da última romaria do ciclo festivo
anual da região, em Setembro.
Monsanto não se esgota. Para lá
da rudeza da pedra há uma vida própria que se deixa observar.
Memória de um tempo longo que persiste no seu quotidiano.