Oledo é a aldeia que
antecede a chegada a Idanha-a-Nova.
Logo à entrada chamam a atenção
a Quinta de Santo António da Alvarinheira, rodeada por denso
arvoredo, e a belíssima casa de brasileiro, ladeada por duas
palmeiras, exemplar arquitetónico muito raro na região em mau
estado de conservação.
Um conjunto de pequenos arraiais
agrícolas, bem conservados, marca uma lógica de implantação urbana
de equipamentos agrícolas em torno da aldeia. Nos campos em redor
mantém-se muita da velha rede viária que conduzia aos espaços de
trabalho agrícola e às povoações vizinhas, como Idanha-a-Nova, São Miguel
de Acha e Proença-a-Velha, passando por velhos
olivais, quintas, hortas e fontes.
Oledo tem uma história longa, a
avaliar pelos topónimos habitualmente associados ao período
pré-histórico. Muito próximo da povoação, a Quinta dos
Barros guarda vestígios de uma grande vila romana, com
pavimento de mosaico na área residencial, vários equipamentos
agrícolas e restos de um lagar de azeite com prensas de varas.
No centro, o largo da igreja, cujo
templo de dimensões consideráveis foi construído em 1885, sob o
patrocínio de João da Fonseca Coutinho de Castro de Refoios,
representante do morgadio de Oledo e elevado a Visconde de
Castelo Branco e de Portalegre.
Passado o Largo de São
Sebastião, memória da capela que aqui existiu, chega-se
ao Largo do Corro, onde se concentra a maior parte das casas
abastadas, das quais se destaca a Casa do Oledo, convertida em
unidade de turismo de habitação, ligado ao morgadio seiscentista,
apresentando dois brasões apostos na fachada de épocas distintas. A
partir daqui podem tomar-se duas direções: em frente, chega-se até
à Capela do Espírito Santo, cuja festa é celebrada anualmente
em Maio, e adiante a velha ponte de cantaria, que atravessa a
ribeira da Caniça, e o lavadouro público associado a uma antiga
fonte de mergulho.
Pela Rua Direita, caminhamos em
direção à parte mais antiga da aldeia onde outrora se encontrava a
velha Matriz, dedicada a São Pedro, onde se encontra hoje a escola
primária.
Com histórias de romance,
construções esquecidas, desmandos senhoriais e histórias de
além-mar, Oledo e os seus termos são o fruto de uma longa
história. Muita dela ainda por contar.