Sobranceira ao Rio Ponsul,
Idanha-a-Nova teve a sua origem num castelo erguido em 1187, por
ordem de Gualdim Pais. Os vestígios da antiga cinta de muralhas
medievais resistem e do seu cume é possível desfrutar de uma vista
panorâmica verdadeiramente espectacular.
Visando o seu povoamento e o
reforço da defesa, o rei D. Sancho I outorgou-lhe Carta de Foral em
1206, tendo feito a doação dos seus domínios à Ordem do Templo.
Em 1510 recebeu novo foral, datando
desta época alguns dos imponentes edifícios sagrados e casas
senhoriais que a vila preserva, cujas presenças dominam e marcam as
principais ruas.
Destacam-se a Capela daMisericórdia
edificada no século XVI e a Igreja Matriz de origem medieval, que
no século XVI se encontrava ainda dentro do castelo. Nas imediações
surge a Torre Sineira ou do Relógio, que se presume tenha sido
construída com pedra do castelo.
Mais à frente, o Solar dos
Marqueses da Graciosa, mandado construir em 1458 por Afonso
Giraldes,fidalgo da casa real do rei D. Afonso V, e a Casa dos
Cunhas construída no século XVI/XVII. A Casa dos Condes de
Idanha-a-Nova,tambémconhecida comoCasa do Corso, é uma elegante
construção.
A Casa Frederico Capelo Manzarra
Franco é herdeira do Convento de Santo António, antigo
conventofranciscano do século XVII convertido em solar. Ao lado da
antiga igreja conventual vê-se a igreja de S. Francisco de Assis,
do séculoXVIII, ambas dessacralizadas econvertidas em armazéns
agrícolas.Provavelmente pertencente ao convento, a capela de Nossa
Senhora das Dores, comfachada para o largo, é um pequeno
templobarroco que permaneceu ligado ao culto católico.
O Palacete das Palmeiras, datado de
1900, é um antigo solar construído para residência de uma das mais
importantes famílias terratenentes. No início da década de 1990 foi
reconstruído e adaptado à actual função de Escola Superior de
Gestão.
O edifício da Câmara
Municipal,construído em finais de 1950, veio substituir o antigo
edifício camarário na zona histórica e, com o Palacete das
Palmeiras, define a praça central da zona nova de Idanha.
Merecem, também, destaque os
antigos Bairros do Pandricão, núcleo primitivo da povoação, e dos
Louceiros, onde se encontram 3 grandes fornos comunitários de
cozer louça, que apesar de já não cumprirem as suas funções, estão
acessíveis e em bom estado de conservação. Estas estruturas são
exemplo de uma actividade que teve grande importância no concelho e
que hoje praticamente desapareceu.
Uma actividade quesubsiste é o
fabrico do Adufe. Fabricado em pele de ovelha, com uma armação de
madeira, este instrumento musical é uma das peças artesanais mais
características desta região, feito com o saber ancestral dos
artesãos locais e pelo Centro de Artes e Ofícios. Com uma
sonoridade muito própria tem o seu ponto alto na romaria da Senhora
do Almortão. O seu santuário, a poucos quilómetros, é de fundação
antiquíssima, sendo mencionado no foral de Idanha-a-Velha datado de
1229, no reinado de D. Sancho II.