Povoação que usufruiu de certa importância até ao
séc. XIX, principalmente por deter uma posição estratégica em
relação à fronteira com Espanha. Foi sede de concelho até 1840.
Tem a particularidade de estar
dividida em duas partes: a zona antiga (com o pelourinho do séc.
XVI que é um dos mais bonitos da Beira Baixa, a casa da
Câmara, o Largo da Guarita, a Igreja Matriz e perto
desta, existiu outrora uma fortaleza mandada reconstruir, por D.
João IV, durante a Guerra da Restauração) e o exterior da freguesia
(arrabaldes), com habitações e moradias mais recentes.
No Rosmaninhal predominam várias capelas (a
de São Roque, da Misericórdia, do Espírito
Santo e de São João, Santo António, São
Pedro e a capela das Santas), todas elas com um tipo de
construção bastante interessante.
Um dos momentos altos de coesão e
tradição popular (que conta com a adesão dos lugares de Cegonhas,
Soalheiras e Couto dos Correias) são os festejos em honra
de São João. Uma festa remota e pagã, original em todo o
concelho. A organização da festa fica a cargo do Alferes (o
elemento mais velho da família nomeada) que por sua vez é
ajudado por dois padrinhos.
Os preparativos da véspera
de São João ficam assim a cargo destes que têm como
responsabilidade dar de comer gratuitamente a toda a população (ou
a quem compareça). No dia de São João, a seguir ao farto almoço,
organiza-se o "Tirar do Galo". Na rua do Espírito Santo é
colocada uma corda que abrange, lado a lado, da rua. No meio da
corda está pendurada uma argola, que os cavaleiros da terra (quem
quer que seja, desde que tenha cavalo, mula ou burro pode
participar) devem retirar, a galope, com um pau. O primeiro a
correr é sempre o Alferes seguido dos Padrinhos. Todos os que
conseguirem enfiar o pau na argola recebem um galo de prémio. A
disputa é grande e a perícia de alguns cavaleiros que montam a
cavalo sem cela é surpreendente, chegando a relembrar cenas de
duelos medievais.
Mas, a riqueza
do Rosmaninhal não se prende
unicamente com o seu grandioso passado histórico e cultural. Possui
ainda uma das zonas ambientais mais ricas do País, que constitui
o Tejo Internacional.