Programa de combate à desertificação apresentado no CCR
O Centro Cultural Raiano,
em Idanha-a-Nova, acolheu a apresentação pública do Programa de
Ação Nacional de Combate à Desertificação (PANCD), quarta-feira,
dia 12 de março, numa sessão que contou com a presença do
secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural,
Francisco Gomes da Silva.
As palavras inaugurais da
iniciativa couberam ao presidente da Câmara Municipal de
Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, que sublinhou que a desertificação
de solos é potenciada nos territórios em contexto de
despovoamento.
O autarca apelou, neste sentido, a
um desígnio nacional de investimento no país como um todo, apoiando
o desenvolvimento do mundo rural português, de modo a criar riqueza
e emprego nesses territórios.
"Existem 163 municípios - cerca de
dois terços do país - com características de ruralidade (menos de
25 mil habitantes e menos de 100 habitantes/km2), os quais
representam uma enorme oportunidade de desenvolvimento sustentado",
referiu Armindo Jacinto.
O presidente da Câmara de
Idanha-a-Nova aproveitou a presença de Francisco Gomes da Silva e
da presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das
Florestas, Paula Sarmento, para desafiar o Estado Português a ceder
à autarquia a gestão da Herdade do Ribeiro do Freixo.
O objetivo, explicou Armindo
Jacinto, é criar naquele terreno do Estado, situado no concelho
idanhense, uma "escola de sustentabilidade", para "que os jovens
percebam que podem ser excelentes empresários agrícolas ou
dedicar-se ao turismo rural".
A autarquia pretende, com isto,
rentabilizar aquela propriedade, à semelhança do que aconteceu no
arrendamento da Herdade do Couto da Várzea. No âmbito da Incubadora
de Empresas de Base Rural ali criada pela Câmara, instalaram-se 45
empresários nos 550 hectares disponibilizados. Estes produtores já
investiram, no total, quatro milhões de euros em projetos
inovadores e sustentáveis. O sucesso desta iniciativa é evidente no
facto da procura ter excedido a oferta de área em 11 vezes.
O presidente da Câmara de
Idanha-a-Nova lamentou ainda que, ao contrário do que acontece
noutros países europeus, Portugal não valorize o investimento no
turismo em espaço rural.
A apresentação do PANCD aconteceu
num auditório composto por várias entidades e agentes do sector
florestal, agrícola e rural. O documento pretende implementar
medidas nos domínios da biodiversidade, ecologia, conservação e
utilização sustentável dos recursos biológicos. Será agora
apresentado ao Governo para ser submetido a aprovação em Conselho
de Ministros.