Adriana Calcanhotto participa em escavações arqueológicas em Idanha-a-Velha
A aldeia histórica de Idanha-a-Velha
guarda segredos milenares e Adriana Calcanhotto está no terreno
para os ajudar a encontrar. A cantora brasileira é 'madrinha' de um
projeto de investigação que incide sobre esta 'aldeia museu' no
concelho de Idanha-a-Nova.
O projeto IGAEDIS - Da Civitas
Igaeditanorum à Egitânia, cujo âmbito de estudo vai do século I ao
XII, envolve o Município de Idanha-a-Nova, a Universidade de
Coimbra e a Universidade Nova de Lisboa. As primeiras escavações
arqueológicas estão a decorrer até ao final de julho.
No sábado passado, a cantora e
compositora pôs mãos-à-obra e juntou-se a uma equipa de cerca de 15
pessoas, composta por docentes, investigadores e estudantes que
estão no terreno em articulação com os serviços da Câmara de
Idanha-a-Nova.
Para Adriana Calcanhotto,
embaixadora da Universidade de Coimbra na área da língua e da
cultura, tudo começou numa visita à região. "A primeira vez que
estive em Idanha-a-Velha, o que mais me fascinou foi ver como
pedras com grande valor histórico estão na vida das pessoas",
observa. "Um capitel romano serve para o habitante de hoje apoiar
um vaso de flores. Isso é encantador".
Pedro Carvalho, coordenador
científico do projeto e responsável por apresentar Idanha-a-Velha à
cantora brasileira, explica que "nesta fase estão a ser feitas
sondagens de diagnóstico, ou seja, escavações arqueológicas que
ajudam a perceber o potencial científico e patrimonial de espaços
menos investigados da aldeia".
O objetivo é planear futuras
intervenções para produzir conhecimento que resulte em mais-valias
do ponto de vista cultural, educativo e turístico.
O investigador da Universidade de
Coimbra não tem dúvidas sobre o valor patrimonial da aldeia:
"Durante 1200 anos, entre o século I e século XII, Idanha-a-Velha
foi o local mais importante entre o Tejo e o Douro, a região que
hoje chamamos de Beira Interior", declara, sublinhando que "ainda
há muita história por descobrir e contar".
Para presidente da Câmara de
Idanha-a-Nova, "o potencial deste novo projeto de investigação é
enorme". Armindo Jacinto salienta que Idanha-a-Velha é um lugar que
nunca se esgota na sua riqueza. "É fundamental conhecer e
identificar o melhor possível todo o património, para depois o
preservarmos e valorizarmos, de forma a trazer criação de riqueza e
emprego ao território".